BILHETE A UM DESENHISTA
Navegando no ar
vai teu barco, cheio de sonhos.
Chove estrepitosamente,
mas não choras: apenas não tens sorrisos.
De repente, o cais.
Olhas as mãos manchadas de tinta
e escuta o eco das canções
que vêm da cidade portuária,
apinhada de estrangeiros.
Desembarcas
e procuras algum rosto amigo.
Não há inimigos
(piratas e bucaneiros: todos mortos!).
Ali, à esquerda, podes ver?
Há um velho bar.
Em uma de suas mesas,
eu te espero
(para conversar).