DRIBLE NO TEMPO

Um toque.

Num segundo a vida

Renasceu.

Do silêncio fez-se

Um turbilhão de falas,

De risos,

De lágrimas.

As lembranças e as saudades adormecidas

Acordaram vivas, céleres, adolescentes.

Apesar do tempo , os anos não passaram!

Tudo é tão hoje, tão presente, tão próximo

Que o tempo recolheu-se, tímido,

Afastou-se cabisbaixo, impotente,

Diante da força da vida renascida!

As desavenças, as diferenças, se um dia

existiram, quedaram-se ante a alegria

Da aurora inesperada.

Vidas que se multiplicaram...

Perdas que se prantearam...

O caminhar foi inexorável para todas

Todavia, a vida é via de muitas direções,

De muitos atalhos, de muitos caminhos.

Eis que o deus do tempo adormecido escutou o toque

Olhou a volta e viu que era bom a vida renascer.

Abriu espaço, impetuoso, passional.

Deu a nós o melhor dos sonhos.

Vamos agora, sem destino, cumprir

A missão que a vida nos concedeu,

Transgredindo o tempo

Que, solitário, contempla

A nossa felicidade recém-nascida

E cheia de graça!

Anna del Pueblo
Enviado por Anna del Pueblo em 16/02/2014
Reeditado em 26/09/2014
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