E assim escrevemos…
Palavras ditas
Mas que temíamos esquecer
Nunca as leríamos
Pelo menos tão cedo
Mas seriam elas a nossa memória perante os outros
Pois seriam elas que nos iriam suceder…
O que realmente escrevemos
Francamente já não me recordo
Dado tanto haver por viver
Para novamente
A meio do percurso
Parar um pouco
Mas só o tempo do que vivemos escrever…
Penso que terão sido juras
Meras promessas de eternidade
A quem amámos em tempos
De quem nos esquecemos
Menos na saudade…
E as palavras servem então
Para relembrar
O que nos deu prazer
Mas que ao ler
Acabam por magoar…
Por isso quero escrever mais e mais
Porque isso será um sinal
Que o belo
Vive dentro de mim
Sabendo que um dia serão meras feridas
Mas nessa altura
Ao ler essas palavras
Estarei a escrever outras
Da mais profunda alegria…