O som que o sol faz quando beija o mar…

O Universo…

Por muito estranho que pareça

Fala contigo

E tu mostras que o sabes escutar

Quando sabes ouvir

O som que o sol faz quando beija o mar…

Percebes assim a relatividade do tempo

E por isso teimas em presenciar

Sempre que podes

Quer a morte do sol

Quer o seu renascimento…

Algo que dizem banal

E que nada mais tem para oferecer

Algo de profundamente errado

Porque tal é a única coisa

Que o primeiro e o último homem

Podem dizer que partilharam

E que não mudou

Apesar de todas as outras coisas mudarem…

E ele fala contigo

Quando te deixas fascinar pela chuva a cair

Meras gotas de água

Mas se sem ela nada poderia existir

É um sinal de grandeza

Por ela deixares-te seduzir…

Porque tens

E terás sempre presente

Que as nossas realizações

De facto nada são

Porque basta o tempo passar

Para tudo não passar de uma recordação…

Tens bem presente que nos limitámos a alugar

Temporariamente

Um espaço neste planeta

Tal como infinitas raças antes de nós

Em incontáveis planetas

Das quais não se fala

E nunca se irá falar

Porque o Universo é demasiado vasto e antigo

Para que alguém as possa recordar

E por isso

Sabendo isto

Por isto não nos devemos deixar esmagar

Mas antes

Com ele

Tentar falar

Não seguindo as luzes da nossa criação

Porque elas a lado nenhum nos poderão levar

E é por isso que vos digo

Sigam antes o que diz

O som que o sol faz quando beija o mar…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 24/11/2013
Código do texto: T4584904
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