O som que o sol faz quando beija o mar…
O Universo…
Por muito estranho que pareça
Fala contigo
E tu mostras que o sabes escutar
Quando sabes ouvir
O som que o sol faz quando beija o mar…
Percebes assim a relatividade do tempo
E por isso teimas em presenciar
Sempre que podes
Quer a morte do sol
Quer o seu renascimento…
Algo que dizem banal
E que nada mais tem para oferecer
Algo de profundamente errado
Porque tal é a única coisa
Que o primeiro e o último homem
Podem dizer que partilharam
E que não mudou
Apesar de todas as outras coisas mudarem…
E ele fala contigo
Quando te deixas fascinar pela chuva a cair
Meras gotas de água
Mas se sem ela nada poderia existir
É um sinal de grandeza
Por ela deixares-te seduzir…
Porque tens
E terás sempre presente
Que as nossas realizações
De facto nada são
Porque basta o tempo passar
Para tudo não passar de uma recordação…
Tens bem presente que nos limitámos a alugar
Temporariamente
Um espaço neste planeta
Tal como infinitas raças antes de nós
Em incontáveis planetas
Das quais não se fala
E nunca se irá falar
Porque o Universo é demasiado vasto e antigo
Para que alguém as possa recordar
E por isso
Sabendo isto
Por isto não nos devemos deixar esmagar
Mas antes
Com ele
Tentar falar
Não seguindo as luzes da nossa criação
Porque elas a lado nenhum nos poderão levar
E é por isso que vos digo
Sigam antes o que diz
O som que o sol faz quando beija o mar…