Teu Colo I
De quem é esse colo confiante, que me acolhe com ternura,
Como se criaram os vínculos, que formaram um colo tão presente,
O que fiz para merecer o aconchego, desse recanto encantado,
Quanto de mim caberá nesse colo, que promete ser eterno ?
Colo já tive, como embalo nas noites de choro sem fim,
Em momentos de justificável angústia e fragilidade.
Foi pela ausência do colo materno, que nunca mais quis crescer,
Depois de tanto tempo, como lembrar da suavidade de um colo ?
Pela noite adentro, em meus sonhos, é nesse colo que viajo,
E ele que me farta de acalanto, que me leva ao Nirvana.
O despertar sempre traz de retorno, os meios receios e dúvidas,
Mas no fim do dia, as esperanças são renovadas e o colo me espera.
Sei de quem é esse colo, embora pouco saiba de mim,
Se essa dúvida me desespera, é hora de me reencontrar,
Mas se o colo for fiel, há que se esperar, mesmo que demore,
Pois esse encontro prometido, embora tarde, nunca haverá de faltar...
Rio de Janeiro, 10 de novembro de 2013.