ÁRVORE TAGARELA

Sabe aquela árvore lá na praça que gostas de abraçar?

Mandou-lhe um recado quando eu passei perto dela.

Falou-me que está verdinha e doida para lhe abrigar,

Pela sua vaga, na sua sombra refrescante sempre zela.

Ansiosa espera rapidamente logo lhe encontrar,

Bem antes da estação que fica toda amarela.

Sozinha nas tardes-noites sem ver-lhe conversar

Com todos e com tudo, velha amiga tagarela.

Não deixe para ir depois de um longo sono,

Vás antes que as folhas secas caiam no outono,

Nos lembrando que todos mudam de idade.

Cheia de vida como pudesse como você, ir embora.

Mas fixa presa ao chão não lhe resta nada agora

A não ser como nós enchermo-nos de saudade.

Goiânia, 14 de abril de 2010.