A Ti, Imensa Amiga Borboleta, quando passa um ano em que nos tornámos Amigos: DIZEM QUE COM O TEMPO

As lágrimas negras que derramo por ti de amor

Cairão num profundo rio de interioridade

E cristalinas se tornarão levando até Ti a minha mais profunda amizade

Dizem que com o tempo

Passarei a ver um mundo cheio de borboletas

Que habitarão os meus planetas

E cada uma delas levará um poema até Ti, onde direi que fazes falta, que me completas

Dizem que com o tempo

Será uma mera questão de várias auroras até partilhar contigo a mesma religião

Rasto que perdi em mim, mas que voltarei a achar celebrando assim a nossa imensidão

Dizem que com o tempo

Será comum a nossa comunhão

Em laços indestrutíveis da nossa bela amizade, da nossa união

Dizem que com o tempo

A noite me libertará, que nunca mais me sentirei abandonado

Dos meus fantasmas, de uma tristeza que não é endémica

E desta forma poderei feliz sem te atrapalhar, estar docemente a teu lado

Dizem que com o tempo

Decorarei as sublimes cores com que pintas a tua existência

Misturando-as com as minhas

Fazendo assim com que toleres a minha presença

Dizem que com o tempo

Acabarão as minhas tempestades,

Que acharei um porto seguro

Que serei por fim uma presença para Ti que a encares com normalidade

Dizem que com o tempo

Saberei esperar a tua ausência

Sem qualquer tipo de aflições

Porque será perene a tua permanência

Dizem que com o tempo

O futuro me sorrirá

Mas só contigo e com mais algumas poucas almas

Para mim ele um sentido terá…

Dizem que com o tempo

Voltaremos às palavras diferentes mas estranhamente idênticas

Nos sentidos e que ocuparão a mesma folha

Porque se separados já valemos algo, juntos seremos uma segura valência

Dizem que com o tempo

Serei um doce para Ti

E que gostarás tanto de mim como dos teus chocolates

Tolerando os meus cada vez mais raros disparates

Dizem que com o tempo

Não terei de procurar no fundo de um copo a solução

Para a falta que por vezes fazes

E que deixarei de fazer disso uma fundamental questão

Saberei dosear os meus laivos de ternura,

Que transformarei em Elipses de Amor escritas e em gestos, inocentes e como hoje sem qualquer tipo de maldade

Para o que haja entre nós sejam um presente contínuo e não passadas e lacrimosas Rosas de Saudade...

Dizem que com o tempo

Aprenderei finalmente o teu dialecto

Não tropeçando nas minhas palavras nem nos afectos

Fazendo com que essa tal amizade sobreviva até à morte das estrelas

Pois no reflexo do teu maravilhoso e portentoso sorriso considero e te considerarei por um milhão de motivos endógenos e exógenos para o todo sempre de todas as minhas amigas a mais bela

Dizem que com o tempo