SOBRE O TEU NOME

Teu nome, se fosse “das Graças”

mais graça, por certo, teria

que simplesmente Maria...

E por que apenas Maria?

se poderias chamar-te “das Graças”

pois, mesmo não sendo,

espalhas tuas graças por aí,

aos quatro ventos...

Assim sendo,

mesmo sem “das Graças” ser,

das tuas graças, doas o quanto podes

pois jamais alguém pagou,

uma moeda qualquer,

por esse teu viçoso sorriso

de quase menina

e de ainda não mulher,

ou pelos teus ternos olhares

gratuitamente distribuídos

aos que te rodeiam

pois mais não alcanças...

Poderias chamar-te “Regina”,

mais rainha já es desses mundos

onde pões e dispões

a teu bel prazer,

como nos contos de fada.

Poderia, quem sabe, chamar-te “Rosa”

mas és muito mais que a rosa

pois aquela, embora bela,

não sonha como o fazes.

Poderias, sim, ter outros nomes

mas “das Graças”

te seria o melhor complemento

pois iria definir-te no batismo,

nos documentos

e no chamamento dos amigos

pela vida afora.

Mas, quem sabe, por modéstia,

possuindo tantas graças

outras tantas não quiseste

que não fossem as inerentes a ti.

Por isso é, talvez,

que segues assim, graciosa menina,

(mesmo sem “das Graças” ser

e por outras tantas possuir),

nessa faina quase divina

de doar tuas graças

para o deleite dos que te cercam,

inclusive o deste poeta aprendiz,

teu amigo.