Amiga, pulo de gato
O seu sono doce diário, iluminado a abajur,
Era cor de rosa até que amanheceu azul.
Trancafiado, pela luz da janela teve segredos seus,
Sem me convidar e me citou, onde não era eu.
Amigo seu, e apagou depois que leu.
E digitou no celular meu numero, telefonema,
Eu tinha apreço por ti, tornou se meu dilema,
Ocultando cenários, quereres, flores e desejos escondidos,
Na clareza contraditória, por costume ainda te ligo.
Um dengo da sua voz eu mendigava,
Contava possíveis intenções que eu duvidava,
Amiga minha, interrogava as suas estradas,
Onde possivelmente passeava.
Meu coração aflito e todo o meu ser,
Indagava certos caminhos que perigava a chover.
Meus sapatos certamente iriam pisar em lamas,
Da rubra alegria que no seu rosto disfarçadamente ainda emana.
Um gato preto ocasionalmente na mesa de um bar,
Não tão faminto assim, espetos não atiçavam o seu olhar.
E bem acompanhado,
Na fila do sanitário,
Dava no meu pulso,relógio, o meu horário.
Por que eu tinha que nessa fila estar,
Miou pedidos para seus pulos, eu não contar.
Antecedendo uma sexta feira treze,
Era quinta de qualquer um dia desses,
Uma surpresa que eu constava ao raciocinar.
Não precisava brasas,
O raiar do dia tão longe que chegavas,
Ainda que altas horas e eu ainda no bar,
Sabendo tudo, tudo aquilo que você não pôde me contar.
Sei lá por conveniência sua, não fui seu amigo o bastante,
O que foi meu amor,
Não me diga o perfume das rosas que provavelmente ganhou,
Que em algum canto da sua sala, decorou.
Ou um capacete, rosa, vermelho, cor de moqueca, com camarão,
Caprichosamente ornamentadas pelas suas mãos.
Bye, bye , por tanta coisa que eu acho que sabia,
Mas estarei sempre contigo, qualquer coisa me liga.