SALA DE EMBARQUE

Aos queridos amigos: Michele e Apoena, com a minha admiração e uma saudade infinita.

"...o coração não era um órgão, não era nada.

Era somente a engrenagem movedora e eficaz.

Desprezado e pulsando no vácuo:

A visão, o olfato,

os músculos, os nervos,

o intestino, o estômago,

a garganta...

predominavam numa secura intensa,

desertificante!

Era o caos se organizando, se preparando.

E o pobre coração (ínfimo-infeliz!) só batia

impulsionando os fulgores alheios...

e os olhares se fundiram, congelaram

num milésimo de seguno no infinito:

-Os olhos teus, os olhos dele...nos meus.

O universo parou! e ainda assim

a aeronave decolou

comigo lá.

Indiferente, fria, dura...

e mesmo assim plainando o ar,

absorta."

Júlio Amorim
Enviado por Júlio Amorim em 07/09/2013
Código do texto: T4470485
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.