AMIGAS

Mísera Racionalidade,

de emoção me privou.

Tolhestes meus versos soltos

fazendo-os frios e seu cor.

Que fizestes com minhas rimas pobres?

Que fizestes com minhas chaves de ouro?

Fez-me um empilhador de signos vazios...

Oh Racionalidade...

Como temia que levasses embora

minhas faceiras metáforas,

e com elas minhas declarações

de amor à bela musa.

Ou talvez,

o desejo imenso de libertação.

Não te importastes

oh Racionalidade!

Quisestes assim...

Fizeste-me por ora assim...

Oh quiçá,

Quando ao mar avistares

Tu te tornes

amiga daquela senhora querida

que caminha de pés descalços na areia

que atende por Emoção,

e que as duas unidas retornem-me com

uma estranha força

daquelas que impulsiona

a cumprir o que no íntimo desejo,

escrever pra minha querida

e àqueles que precisam,

em um dia por nuvens tolhidos,

nem que seja a mimese fingida,

um poema com mote qualquer

por elas escolhidos.

(M. J. de Lima, 03/08/2010).

marcio j de lima
Enviado por marcio j de lima em 25/08/2013
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