Tudo nasce, tudo morre...
para voltar a nascer…
Por isso vejo com certa naturalidade os sonhos a morrerem
Os ideais a esvanecerem
Porque se me manter fiel a eles
Assistirei a outros a nascerem…
Se tiver contida a dor da perda
Terei consciência que tal não é um fim
Mas uma mera renovação
Porque a natureza nos ensina tal
Quando ao inverno
Se sucede o verão…
Por muito tempo que fiques
Por muito que sintamos
Pelo pouco
Ou demasiado
Que nos amamos
A nossa presença
É e será sempre temporária
Porque tudo o que é
Ou se quer livre
Não se pode prender
E para se manter livre
Está condenado à renovação
E sei assim que te voltarei a ver
Assim como o vento
Volta sempre a passar pela montanha
Nem sempre da mesma forma
Nem sempre da mesma maneira
Mas volta
E por isso
Quando vais
Sei que é uma questão de tempo
Até te voltar a ter à minha beira…