Não sou de ninguém…
Em particular
Sou do mundo
Pois não é numa pessoa em particular
Mas no mundo todo
Que sinto ser o meu lugar…
Sou das multidões
Com as quais me calha cruzar
Sou daquela mulher
Pela qual numa noite a ocasião me fez apaixonar…
Sou teu
Ou de outra qualquer
Sou de quem amo
Mas sobretudo de quem me ama
Sou de quem me quiser…
Não pertenço a uma ideia
Ou sou afecto a uma ideologia
Que sejam estáticas
Sou
Sem perder a minha essência
Daquilo que perdura
Porque perante o novo
Se adapta…
Não sou do tempo
Que tão depressa está a passar
Sou de todos os tempos
Do passado
Do presente
Do futuro
Sou do tempo onde vivi
Vivo
Ou vá viver
E por isso nem mesmo no tempo me prendo
Ou vá perder
Sou tanto do nascer do sol
Como do entardecer
Sou de quem me quer
Desde que não me queira prender…