Fotografias
Não são assim tão velhas
Mas fazem-me sentir envelhecido
Desde que passou uma pequena eternidade
Desde que deixaste de estar comigo…
Nada me tinha restado
A não ser recordar
E de uma forma incessante
Os nossos pedaços que deixámos congelados no tempo observar…
Memórias visuais
A que chamaram fotografias
As quais pensava me fazerem viver
Mas aos quais me faziam esquecer do que se passava a meu redor
E quando estava a pensar viver um momento de prazer
Ao ver o teu rosto desaparecido
Só estava a sublimar ainda mais a dor…
Vivendo tal de uma maneira incessante
De uma forma redundante
Esquecendo
Que tudo tinha mudado
E nada jamais ficaria como dantes…
Até que um dia reparei que o teu rosto estava gasto
Gasto pelo tempo dessas fotografias
E percebi que estava a envelhecer com elas
E não entre a humanidade
Percebendo que nada
Mesmo nada
Deve ficar para a posteridade
Porque a posteridade se faz todos os dias
É algo dinâmico
E nunca deverá ficar preso no tempo
E por isso sai para ver e tocar o mundo
Arranjar novos momentos
Viver novos momentos
Captando tal
Tirando novas fotografias…