Fotografias

Não são assim tão velhas

Mas fazem-me sentir envelhecido

Desde que passou uma pequena eternidade

Desde que deixaste de estar comigo…

Nada me tinha restado

A não ser recordar

E de uma forma incessante

Os nossos pedaços que deixámos congelados no tempo observar…

Memórias visuais

A que chamaram fotografias

As quais pensava me fazerem viver

Mas aos quais me faziam esquecer do que se passava a meu redor

E quando estava a pensar viver um momento de prazer

Ao ver o teu rosto desaparecido

Só estava a sublimar ainda mais a dor…

Vivendo tal de uma maneira incessante

De uma forma redundante

Esquecendo

Que tudo tinha mudado

E nada jamais ficaria como dantes…

Até que um dia reparei que o teu rosto estava gasto

Gasto pelo tempo dessas fotografias

E percebi que estava a envelhecer com elas

E não entre a humanidade

Percebendo que nada

Mesmo nada

Deve ficar para a posteridade

Porque a posteridade se faz todos os dias

É algo dinâmico

E nunca deverá ficar preso no tempo

E por isso sai para ver e tocar o mundo

Arranjar novos momentos

Viver novos momentos

Captando tal

Tirando novas fotografias…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 08/06/2013
Código do texto: T4330833
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