My, Nana
Noite de verão meu coração estava aberto.
Ela entrou de repente, sem pedir licença.
Qual borboleta a voar num jardim florido.
Parou à minha frente como se flor fosse eu.
O sorriso largo não cabia no rosto meigo.
Boca rosada, olhos vibrantes, cabelos soltos
Palavras doces escorriam de seus lábios.
Parado fiquei, sem ação; abobado mesmo!
Sorriso no canto da boca, franzir da testa,
Ouvidos aguçados, eu atentava às palavras.
Com autoridade de quem sabe o que faz
Deu informações precisas, claras, concisas.
De sua boca continuavam a fluir doce mel.
Provou que sabe o que faz e o que quer.
Tudo perfeito desde o começo até ao fim.
Um "hummm"; um sopro; uma boca gostosa.
Provou do néctar que ela mesma produziu.
Revirou os olhos, sorriu, aprovou o que fez.
Deu-me um beijo doce e me disse "eu volto".
Fechei meus olhos, revistei desde o começo.