Viver...
Pelo simples prazer de respirar
De observar o nascer e o por do sol
E apesar de existirem imensas coisas supostamente mais interessantes
Apreciar acima de tudo os momentos de contemplação do nosso astro maior
Pois enquanto isso durar
Significa que Sinto
E que por cá continuo a estar…
Olhar para as coisas que nos costumam magoar
Não como um náufrago olha a calmaria depois da tempestade
Mas sim como um caminhante depois de ter ultrapassado mais uma pedra no caminho
Não valorizando excessivamente tal
Porque assim como o naufragante passa a ter medo do mar
Nunca podemos nem devemos
Ter receio de para onde vamos continuar…
Achando que é um dom cada novo acordar
Mesmo que quem amamos não esteja lá
E aquele primeiro momento do dia que deveria ser belo
Acaba por ser um momento de dor
Mas pela frente temos imensas horas
Que da melhor forma temos a obrigação de aproveitar…
Não tendo receio de sorrir
De chorar
Mesmo que seja em público
Tendo o mesmo à vontade nos silêncios
Que temos quando devemos berrar
Não apenas como maneira de afirmação
Mas sim
De libertação
Devemos procurar ser iguais a nós próprios
Devemos ter sempre presente a ética da fraternidade
Que nos ensina que a nossa liberdade acaba
Quando esta ameaça a liberdade de alguém
Ética que nos diz
“Que um estranho pode ser meramente um amigo que ainda não conhecemos”
Ter bem presente que não existe o destino
Mas apenas a força do nosso ser
Que adaptada a outras formas
Faz com que de facto seja um privilégio
Viver…