Viver...

Pelo simples prazer de respirar

De observar o nascer e o por do sol

E apesar de existirem imensas coisas supostamente mais interessantes

Apreciar acima de tudo os momentos de contemplação do nosso astro maior

Pois enquanto isso durar

Significa que Sinto

E que por cá continuo a estar…

Olhar para as coisas que nos costumam magoar

Não como um náufrago olha a calmaria depois da tempestade

Mas sim como um caminhante depois de ter ultrapassado mais uma pedra no caminho

Não valorizando excessivamente tal

Porque assim como o naufragante passa a ter medo do mar

Nunca podemos nem devemos

Ter receio de para onde vamos continuar…

Achando que é um dom cada novo acordar

Mesmo que quem amamos não esteja lá

E aquele primeiro momento do dia que deveria ser belo

Acaba por ser um momento de dor

Mas pela frente temos imensas horas

Que da melhor forma temos a obrigação de aproveitar…

Não tendo receio de sorrir

De chorar

Mesmo que seja em público

Tendo o mesmo à vontade nos silêncios

Que temos quando devemos berrar

Não apenas como maneira de afirmação

Mas sim

De libertação

Devemos procurar ser iguais a nós próprios

Devemos ter sempre presente a ética da fraternidade

Que nos ensina que a nossa liberdade acaba

Quando esta ameaça a liberdade de alguém

Ética que nos diz

“Que um estranho pode ser meramente um amigo que ainda não conhecemos”

Ter bem presente que não existe o destino

Mas apenas a força do nosso ser

Que adaptada a outras formas

Faz com que de facto seja um privilégio

Viver…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 27/04/2013
Código do texto: T4261789
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