O Vento…

Um dia um camponês viu aos seus campos chegarem homens com armas

E com vistosas bandeiras

Homens que o campo só conheciam de ver na televisão

E então o camponês soube que iria mudar de dono

Pois tinha começado uma revolução…

Os homens nada trouxeram de novo

A não ser a destruição

Levaram os seus animais

E incendiaram as colheitas

Transformando assim em pesadelo

O sonho da libertação…

Mas tão depressa como tinham chegado assim eles partiram

Ficando o homem do campo a contemplar as bandeiras deixadas

Que reclamavam a terra que era sua

E que assinalava que ela apenas tinha mudado de dono

E que apesar da ausência deste

As bandeiras indicavam que aquela terra não estava abandonada…

Reparando então

Que quanto mais intenso era o vento mais orgulhosas ficavam as bandeiras

E melhor ardiam os campos

Reparou que tanto o orgulho como a destruição se alimentavam do mesmo vento

E por instantes deixou-se levar pela ilusão

Que a ausência temporária dos soldados tornava real

Que tinham começado os mais belos dias da sua vida

Os dias em que se deitaria, acordaria e acabaria por morrer como um Homem Livre

Um desejo que iria transmitir para os seus filhos

E estes aos filhos deles

Que enquanto um homem não deixasse de acreditar

Um dia veria concretizado o seu mais louco ideal

Porque enquanto um homem sonha

Não se rende

Não deixa de lutar

Resistindo sempre a qualquer tipo de tormento

E ele sabia tal

E confirmou tal ao observar

O Vento…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 11/04/2013
Código do texto: T4235405
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