O Vento…
Um dia um camponês viu aos seus campos chegarem homens com armas
E com vistosas bandeiras
Homens que o campo só conheciam de ver na televisão
E então o camponês soube que iria mudar de dono
Pois tinha começado uma revolução…
Os homens nada trouxeram de novo
A não ser a destruição
Levaram os seus animais
E incendiaram as colheitas
Transformando assim em pesadelo
O sonho da libertação…
Mas tão depressa como tinham chegado assim eles partiram
Ficando o homem do campo a contemplar as bandeiras deixadas
Que reclamavam a terra que era sua
E que assinalava que ela apenas tinha mudado de dono
E que apesar da ausência deste
As bandeiras indicavam que aquela terra não estava abandonada…
Reparando então
Que quanto mais intenso era o vento mais orgulhosas ficavam as bandeiras
E melhor ardiam os campos
Reparou que tanto o orgulho como a destruição se alimentavam do mesmo vento
E por instantes deixou-se levar pela ilusão
Que a ausência temporária dos soldados tornava real
Que tinham começado os mais belos dias da sua vida
Os dias em que se deitaria, acordaria e acabaria por morrer como um Homem Livre
Um desejo que iria transmitir para os seus filhos
E estes aos filhos deles
Que enquanto um homem não deixasse de acreditar
Um dia veria concretizado o seu mais louco ideal
Porque enquanto um homem sonha
Não se rende
Não deixa de lutar
Resistindo sempre a qualquer tipo de tormento
E ele sabia tal
E confirmou tal ao observar
O Vento…