extra ordinário

Caso fique disso,

À parte qualquer calor afobado,

Um rastro de poesia,

As coisas tuas no lençol

Tua boemia

Fica, não como lembrança,

memória estúpida, esquizofrênica

Ficam quaisquer versos à mão

Esborrachados em papel barato

Sem culpa

Sossegue que é só língua

Lambendo, falando

Fluindo, chupando

Pro inferno a normativa

Que se tua mão foi parar

A esmo

Em toda parte de mim

Foi só pra fazer arte

Que venha o zé mané dos por quês

Das lágrimas de posse

Do respeito, de porre

E do entrave – aqui ninguém pergunta

Pra quê?

Fica como lirismo em anonimato

Segredo de meio do mato

Cá pra nós.

Adriana Campos K
Enviado por Adriana Campos K em 21/03/2013
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