extra ordinário
Caso fique disso,
À parte qualquer calor afobado,
Um rastro de poesia,
As coisas tuas no lençol
Tua boemia
Fica, não como lembrança,
memória estúpida, esquizofrênica
Ficam quaisquer versos à mão
Esborrachados em papel barato
Sem culpa
Sossegue que é só língua
Lambendo, falando
Fluindo, chupando
Pro inferno a normativa
Que se tua mão foi parar
A esmo
Em toda parte de mim
Foi só pra fazer arte
Que venha o zé mané dos por quês
Das lágrimas de posse
Do respeito, de porre
E do entrave – aqui ninguém pergunta
Pra quê?
Fica como lirismo em anonimato
Segredo de meio do mato
Cá pra nós.