Laços…
Que criamos quando algo queremos gerar
Que cortamos
Quando o que sentimos
A lado nenhum nos pode levar
Abraços
Nos laços
Numa dança de afectos
De inquestionável perfeição
Dança desmanchada
Quando os abraços
Nos parecem mais sinais
De uma ilusão…
Tentada prolongar
Pelo enlaçar de corpos
Que nada sentem
Mas que teimam em perpetuar essa sensação
Tentando com esses gestos preencher o vazio
Que ocupou o espaço da nossa interioridade
E como não somos capazes de admitir
Que a nossa claridade
Deu lugar a algo baço
Os braços servem de ilusória ponte
Para algo que deixou de existir
Porque o corpo que os recebe
Deixou de os sentir…