O Silêncio

Foi o que existia bem no começo

A única coisa que prevalecia no Início

E apesar de gostar de ti

Demasiadas vezes

No pico do que sentimos

Do que percepcionamos

Gosto tanto desse silêncio

Do quanto te amo…

Porque quando nos calamos

Podemos estar a sentir

Mas não temos necessariamente

Que desejar tal transmitir

E assim a ausência

Pressupõe apenas isso

A necessidade

Desse vazio

A ausência do desejo

De te sentir…

Sabendo

Que quando não nos ouvimos

Ou vimos qualquer tipo de sinal

Sabemos que não queremos dizer

Certas coisas

Que não há outra forma de serem ditas

Sabemos que a ausência

Não passa disso

Um estado intermédio de comunicação

O seu limbo

A sua terra de ninguém

E nunca passará de tal

Sendo perigoso

E terminal

Quando ele se começar a eternizar

Porque se ele era a única coisa a prevalecer no Início

Será a última a prevalecer no Fim

E por isso

Quando não te sentir de nenhuma maneira

Quando só sentir a tua ausência

Saberei que os nossos tempos chegaram ao seu ocaso

Saberei que o silêncio

É tudo o que restará

Do que fomos

Do que foi a nossa essência…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 14/03/2013
Código do texto: T4187530
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