O Silêncio
Foi o que existia bem no começo
A única coisa que prevalecia no Início
E apesar de gostar de ti
Demasiadas vezes
No pico do que sentimos
Do que percepcionamos
Gosto tanto desse silêncio
Do quanto te amo…
Porque quando nos calamos
Podemos estar a sentir
Mas não temos necessariamente
Que desejar tal transmitir
E assim a ausência
Pressupõe apenas isso
A necessidade
Desse vazio
A ausência do desejo
De te sentir…
Sabendo
Que quando não nos ouvimos
Ou vimos qualquer tipo de sinal
Sabemos que não queremos dizer
Certas coisas
Que não há outra forma de serem ditas
Sabemos que a ausência
Não passa disso
Um estado intermédio de comunicação
O seu limbo
A sua terra de ninguém
E nunca passará de tal
Sendo perigoso
E terminal
Quando ele se começar a eternizar
Porque se ele era a única coisa a prevalecer no Início
Será a última a prevalecer no Fim
E por isso
Quando não te sentir de nenhuma maneira
Quando só sentir a tua ausência
Saberei que os nossos tempos chegaram ao seu ocaso
Saberei que o silêncio
É tudo o que restará
Do que fomos
Do que foi a nossa essência…