O amigo de perto convive com nossos defeitos e vacilos.
Nos ajuda, nos julga, nos aceita ou nos suporta.
O amigo de longe ouve falar, se condói, se irrita ou ignora,
mas não interfere diretamente na nossa dramaturgia.
De longe nossos defeitos perdem intensidade
e somos menos vulneráveis.
De longe podemos ser quem idealizamos,
tão convenientemente agradáveis.
O amigo de longe ama apesar da distância,
o amigo de perto nos ama apesar de nós.
O amigo de longe pode ser o mais divertido,
o amigo de perto tem o ombro, o abraço e o lenço.
Quase sempre a falta realça a importância
e a necessidade de estar
Dentro de um abraço, de um carinho
ou diante do melhor sorriso...
O amigo de longe, quando ama,
faz-se presente pelo amor que une
Pois a distância real é um abismo que se abre
quando duas almas se abandonam.