Parte...
Para a montanha que te desafia
Deixa tudo para trás
Porque só no cimo da montanha
Depois de chegares ao seu cume
É que terás paz…
Não a paz da conquista
De ver tudo de cima
Mas a paz de teres vencido um desafio
De não te teres conformado
Apesar de ser mais cómodo
Se tivesses ficado
Mas mesmo com uma multidão
Não sentirias nada nem ninguém a teu lado
E o que escreveres lá em cima
E lançares ao vento
Será todo o teu imenso legado…
Que não ficará completo
Porque tens ainda que partir
Uma lei
Uma regra
Uma convenção
Que foi feita
Não para libertar
Mas como uma espécie de prisão
Que depois de desfeita
Será realmente útil
Pois em cima dos seus cacos
Dos seus restos
Escreverás uma canção…
Que falará de algo de insignificante
Algo em quem ninguém irá reparar
Uma canção
Que falará do amor de um ser
Pela sua liberdade
Pelo direito à livre criação
Pelo direito
À sua liberdade de expressão
Física
E mental
Pelo direito de sermos nós a criar o nosso destino
Pois se obtido
Tal será a nossa maior obra de arte
Algo de belo
Porventura insignificante para o resto do mundo
Mas inquestionavelmente belo
Mas um acto de criação
Que só se obtém
Quando algo se
Parte…