O pecado original…
Porventura está demasiado escondido
De tal forma que julgamos inexistente
Mas está bem dentro de nós
De uma forma adormecida
De uma maneira demasiado latente…
Pois há uma altura das nossas vidas
Que estas adquirem um rumo diferente
E o que éramos
Deixou de existir
Ou pelo menos deixou de estar presente…
E assim passámos a fazer e a dizer coisas que seriam impensáveis
Coisas com as quais discordávamos
Mas que agora são tão nossas
Que até esquecemos que fizemos o contrário
Algures no nosso esquecido passado…
Não porque evoluímos
Mas porque tínhamos que nos adaptar
A todo o custo
E por isso quem fomos
Tivemos que tal matar
E não
Nunca seremos iguais à nossa essência
Á pessoa que apreciávamos
Aos seus pontos de vista
Aquilo porque deixámos de lutar
Para nesse novo mundo
Nele nos podermos plenamente enquadrar
Esquecendo que a adaptação deve ter dois sentidos
O mundo a nós
E nós ao mundo
Sendo que se não fizermos tal
Mesmo acompanhados
Nos sentiremos sós
Porque estamos insustentavelmente vazios
Ocos da nossa personalidade
Que deixou de existir
Integrados
Mas à custa da morte do nosso Ideal
Integrados
Sem dúvida
Mas depois de termos cometido
O pecado original…