A Ausência…

Estabelecemos assim um padrão

Que satisfazendo

Nunca nos satisfaz de todo

Minimamente

Mas aceitamos tal

Indo contra todos os nossos princípios

Indo contra toda a nossa razão…

De dizermos que a Ausência

É irrelevante

Quando os sentires são poderosos

Quando há uma indestrutível empatia

Entrando logo de seguida em contradição

Porque quem gosta

De quem gosta

Não se deixa perder no meio da imensidão…

Tentando colmatar as feridas

Da não presença

Com palavras sentidas de arrependimento

Mas palavras acima de tudo de diplomacia

Porque o afecto não é compatível

Com o desaparecimento…

E no entanto ambos alimentamos este estado

Com promessas que o próximo regresso será definitivo

Alimentamos mais por vício

Do que por mera intenção

Alimentamos

Porque tal é a nossa essência

E apesar de nos estimarmos

Só somos compatíveis

Quando predomina

A Ausência…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 26/01/2013
Código do texto: T4105933
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