Quis o destino…
Que não tivesse destino nenhum
Que a estrada que percorro
Seja eu que a defino
Sem acreditar
Que foi algo
Ou alguém
Que desconheço de todo
Que me fez lá andar…
Não crendo em profecias
Em oráculos
Em estranhas formas
De uma antiga magia…
Não dando graças aos céus pelos sucessos
Nem culpando ninguém pelos fracassos
Atribuindo tudo isso
Aquilo que eu fiz
Ou aquilo que eu faço…
Sendo pouco nativo da terra que me viu nascer
Nesse aspecto
E que fez do fado a sua canção nacional
Para sublimar a sua tristeza de povo triste contente
Da força
Da minha gente
Que aguenta mais do que é suposto gente aguentar
Que suporta arbitrariedades
Sem minimamente manifestar
A sua revolta
A sua dor
Apenas no fado
E quem está a seu redor
Mas eu não acredito
Desdenho desse tipo de determinismo
Pois em primeira
E última instância
Sou o único responsável
Pelo meu Destino…