No fim do (nosso) Espaço Profundo…

Está a memória do momento em que tudo começou

A memória de um momento

O primeiro

Em que nos vimos

E que deixámos que se perdesse com o passar do tempo…

Porque a seguir a ele

Vieram mais

E mais

E mais momentos

De tal ordem que o descurámos

Negligenciámos

Que o primeiro no meio dos outros ficasse diluído

Mas foi nele

Que decidiste ficar comigo…

Sem ele nada do que se passou a seguir teria tido lugar

Sem ele

Por muito que te procurasse

Nunca te iria encontrar…

E assim é também com a história do universo

Onde o começo de tudo

Só suscita uma residual curiosidade

Mas em tempos onde se começa a perder tudo

Sentimos vontade de rever esse primeiro momento

Que está preso no interior

No fundo do nosso tempo

E temos que o ver

Para voltarmos a saber

Como tudo começou

Para tentarmos que tudo volte a dar certo

Numa arqueologia sensorial

Que

Se bem trabalhada

Quando precisar de Ti

Não precisarei de te procurar

Porque sei que estás

E sempre estarás por perto…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 13/01/2013
Código do texto: T4082554
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