No fim do (nosso) Espaço Profundo…
Está a memória do momento em que tudo começou
A memória de um momento
O primeiro
Em que nos vimos
E que deixámos que se perdesse com o passar do tempo…
Porque a seguir a ele
Vieram mais
E mais
E mais momentos
De tal ordem que o descurámos
Negligenciámos
Que o primeiro no meio dos outros ficasse diluído
Mas foi nele
Que decidiste ficar comigo…
Sem ele nada do que se passou a seguir teria tido lugar
Sem ele
Por muito que te procurasse
Nunca te iria encontrar…
E assim é também com a história do universo
Onde o começo de tudo
Só suscita uma residual curiosidade
Mas em tempos onde se começa a perder tudo
Sentimos vontade de rever esse primeiro momento
Que está preso no interior
No fundo do nosso tempo
E temos que o ver
Para voltarmos a saber
Como tudo começou
Para tentarmos que tudo volte a dar certo
Numa arqueologia sensorial
Que
Se bem trabalhada
Quando precisar de Ti
Não precisarei de te procurar
Porque sei que estás
E sempre estarás por perto…