Tinha chegado um tempo…
De tomarmos uma decisão
De deixarmos as armas de lado
Ou talvez não
De querermos que o nosso adversário fosse um inimigo mortal
A prolongar pela próxima geração
Ou se o queríamos
Como um irmão…
Pois tinha chegada a altura
Da mais profunda reflexão
Onde optaríamos por uma insegura paz
Ou por uma lenta
Mas segura implosão…
Onde nos iríamos consumir
Enquanto planeávamos o próximo momento táctico
Que tínhamos a certeza ir por fim à batalha
Ignorando que este só alimentava ainda mais a guerra
E que a tal batalha assim nunca seria de facto ganha…
Porque não há glória na guerra
Mesmo quando se sai vencedor
Não há glória
Pois para ambas as partes
Não há prazer
Mas somente uma infinita dor
E por isso tinha chegado a altura das conversações
Do diálogo
Não do homicídio
Do genocídio
Mas sim da fraternidade
Porque o inimigo de ontem
Hoje é nosso irmão
E amanhã o homem que nos irá matar
Se esta lógica
Não soubermos parar…