Como um Deus andando pela brisa da madrugada…

Nos sentimos assim pelo menos uma vez na vida

Ou nos deveríamos sentir

Crentes

Ateus

Ou

Agnósticos

Mas tal impressão

Depois de perdidos

Nos indica o caminho para onde ir…

Deuses pela magnitude

Ou do que realizámos

Ou dos estragos

Que originámos

Com aquela impressão

De não de sermos superiores

Mas do conseguido

Maior do que nós pensámos

Algum dia por nós ser alcançado…

Deuses pelo sentimento de orfandade

De fim de caminho

De ciclo

Depois da tal realização

E por isso vagueamos no berço de um novo dia

Sem sabermos o que fazer

Tendo aquela sensação

Que o futuro

Está de facto nas nossas mãos

Mas sem sabermos o que fazer com ele

Consumidos por dúvidas que parecem não terem fim

Deuses que perderam a sua condição divina

E que mais do que nunca naquele momento se sentem humanos

Outrora Deuses fragilizados

Mas imensamente felizes

Por saberem

Que naquele começo de dia

Tudo de facto vai recomeçar

Felizes

Por saberem

Que aquele

É apenas o primeiro

De Imensos Anos…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 08/01/2013
Código do texto: T4073657
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