Como um Deus andando pela brisa da madrugada…
Nos sentimos assim pelo menos uma vez na vida
Ou nos deveríamos sentir
Crentes
Ateus
Ou
Agnósticos
Mas tal impressão
Depois de perdidos
Nos indica o caminho para onde ir…
Deuses pela magnitude
Ou do que realizámos
Ou dos estragos
Que originámos
Com aquela impressão
De não de sermos superiores
Mas do conseguido
Maior do que nós pensámos
Algum dia por nós ser alcançado…
Deuses pelo sentimento de orfandade
De fim de caminho
De ciclo
Depois da tal realização
E por isso vagueamos no berço de um novo dia
Sem sabermos o que fazer
Tendo aquela sensação
Que o futuro
Está de facto nas nossas mãos
Mas sem sabermos o que fazer com ele
Consumidos por dúvidas que parecem não terem fim
Deuses que perderam a sua condição divina
E que mais do que nunca naquele momento se sentem humanos
Outrora Deuses fragilizados
Mas imensamente felizes
Por saberem
Que naquele começo de dia
Tudo de facto vai recomeçar
Felizes
Por saberem
Que aquele
É apenas o primeiro
De Imensos Anos…