Dizes-me até amanhã…
Tendo bem a noção que esse dia
Ou essa madrugada
Nunca irão chegar
E a hora em que nos desejarmos ver
É a hora em que teremos que nos separar…
E no entanto dizes essas palavras com uma estranha fé
Numa mistura de um tom banal
E também especial
Como se esperasses que nos veríamos a seguir
Mas sabendo que o tal amanhã não iria chegar
E por isso o sentido que dás a essas palavras
É de tal ordem
Que são essas palavras
O que de Ti com mais carinho irei guardar…
Porque aprendeste bem demais a mais preciosa lição que te dei:
A de que nunca nos devemos despedir de forma definitiva
Terminal
Daqueles de quem gostamos
Ou que nos tocaram de uma forma demasiado especial
Um exercício de socialização
Muitas vezes ilusório
Mas que nos poupa a dor
De saber que nunca mais veremos essa pessoa
Que nunca mais a sentiremos
Substituindo um “até sempre”
Por um “até já”
Porque apesar de todas as desilusões
É
E sempre será
A Esperança
Que nos traz por Cá
É a Esperança
Que mesmo quando caímos
Nos mantém de Pé…