Uma lágrima na imensidão…
Esta parte
Aquela parte
A vida é sempre feita com ganhos
E demasiadas perdas
Embora nunca me conforme a tal
A tal queira dizer de vez “não”
E como tal é inevitável
Quando te foste embora
Deitei uma lágrima discretamente
Como gesto supremo
De comunhão…
Comunhão porque fomos e éramos iguais
Embora em locais diferentes do universo
Embora
Estivéssemos bem perto…
Em cantos tão próximos que poderíamos sentir um ao outro a respiração
Mas cantos que nunca se puderam juntarem
Porque nos uniríamos sem dúvida
Mas a tal
Prevaleceria a destruição…
Não pela mistura dos nossos mundos
Mas pela dos nossos sentires
Demasiado intensos
Demasiado avassaladores
Que se complementariam
E ao mesmo tempo se iriam repelir
Porque há afectos que depois de domados
Perdem a sua razão de existir…
Ou então é tudo um fruto da minha imaginação
Sou eu a criar motivos
Para não nos termos unido
Sou eu a entrar em negação
Porque te foste embora para sempre
E no teu lugar ficou o mais nobre que posso fazer por ti…:
Deitar uma Lágrima na escuridão…