Uma lágrima na imensidão…

Esta parte

Aquela parte

A vida é sempre feita com ganhos

E demasiadas perdas

Embora nunca me conforme a tal

A tal queira dizer de vez “não”

E como tal é inevitável

Quando te foste embora

Deitei uma lágrima discretamente

Como gesto supremo

De comunhão…

Comunhão porque fomos e éramos iguais

Embora em locais diferentes do universo

Embora

Estivéssemos bem perto…

Em cantos tão próximos que poderíamos sentir um ao outro a respiração

Mas cantos que nunca se puderam juntarem

Porque nos uniríamos sem dúvida

Mas a tal

Prevaleceria a destruição…

Não pela mistura dos nossos mundos

Mas pela dos nossos sentires

Demasiado intensos

Demasiado avassaladores

Que se complementariam

E ao mesmo tempo se iriam repelir

Porque há afectos que depois de domados

Perdem a sua razão de existir…

Ou então é tudo um fruto da minha imaginação

Sou eu a criar motivos

Para não nos termos unido

Sou eu a entrar em negação

Porque te foste embora para sempre

E no teu lugar ficou o mais nobre que posso fazer por ti…:

Deitar uma Lágrima na escuridão…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 27/12/2012
Código do texto: T4055733
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