Fiz da minha Casa…
O teu olhar
Pois estando longe
Demasiado distante
Mesmo que tenha encontrado outras gentes
Nunca se apaga a vontade
De a ele regressar…
As ruas do mundo
Dialectos que não conheço
Cheiros
Sons
Cores
E sabores também eles estranhos
Mas nos quais encontro uma confortável familiaridade
Elementos que partilham comigo
Na língua universal do homem:
Solidariedade…
E por isso sei que posso partir
Sem ter que me sentir obrigado a voltar
Tanto porque encontrarei sempre novos
E quase infinitos lares
Porque a lembrança das pessoas
Dos afectos
Que ficaram algures no meu caminho
Nunca de facto me irão deixar
E muito menos deixar sozinho
Porque mesmo na noite mais escura e fria
O que sinto
O que sentem
O que sentiram por mim
Será o meu maior
E mais acolhedor Abrigo…