Fiz da minha Casa…

O teu olhar

Pois estando longe

Demasiado distante

Mesmo que tenha encontrado outras gentes

Nunca se apaga a vontade

De a ele regressar…

As ruas do mundo

Dialectos que não conheço

Cheiros

Sons

Cores

E sabores também eles estranhos

Mas nos quais encontro uma confortável familiaridade

Elementos que partilham comigo

Na língua universal do homem:

Solidariedade…

E por isso sei que posso partir

Sem ter que me sentir obrigado a voltar

Tanto porque encontrarei sempre novos

E quase infinitos lares

Porque a lembrança das pessoas

Dos afectos

Que ficaram algures no meu caminho

Nunca de facto me irão deixar

E muito menos deixar sozinho

Porque mesmo na noite mais escura e fria

O que sinto

O que sentem

O que sentiram por mim

Será o meu maior

E mais acolhedor Abrigo…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 25/12/2012
Código do texto: T4052360
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