Quando por vezes se olha para um espelho…
Vemos unidas as pontas do passado com o presente
E ora desanimamos
Ou arranjamos força para continuar
Porque se nos recusarmos a olhar para ele
Tudo o que somos estamos a negar…
Reparando então a delicadeza das linhas
Que nos unem às sensações
E que aparecem bem claras
Na expressão que temos perante eles
Bem patentes nas emoções…
Que nos talharam a imagem que temos perante nós
Onde poderá estar mais vincado o brilho no olhar
Do que as rugas
Ou os cabelos brancos
Que com o tempo
O nosso rosto e corpo costumam tomar…
E recordamos então o que nos levou até essa imagem
Tentando qual foi a tristeza que cavou aquela ruga
Qual a desilusão que embranqueceu mais um cabelo
Envelhecendo rapidamente
Se a tal darmos demasiada importância
Ou em alternativa
Achando que tal faz parte de um percurso
E que o resumo deste
Acaba por ser belo…
Belo porque as dores são apenas uma nota de rodapé no livro das nossas vidas
Porque as alegrias podem ter sido em menor número
Mas são elas que ocupam a maior parte desse livro
Pois são elas o que temos de mais relevante
Porque as mágoas devem ser sempre transitórias
E o belo
É que deverá ser sempre
Uma eterna constante…