Quando por vezes se olha para um espelho…

Vemos unidas as pontas do passado com o presente

E ora desanimamos

Ou arranjamos força para continuar

Porque se nos recusarmos a olhar para ele

Tudo o que somos estamos a negar…

Reparando então a delicadeza das linhas

Que nos unem às sensações

E que aparecem bem claras

Na expressão que temos perante eles

Bem patentes nas emoções…

Que nos talharam a imagem que temos perante nós

Onde poderá estar mais vincado o brilho no olhar

Do que as rugas

Ou os cabelos brancos

Que com o tempo

O nosso rosto e corpo costumam tomar…

E recordamos então o que nos levou até essa imagem

Tentando qual foi a tristeza que cavou aquela ruga

Qual a desilusão que embranqueceu mais um cabelo

Envelhecendo rapidamente

Se a tal darmos demasiada importância

Ou em alternativa

Achando que tal faz parte de um percurso

E que o resumo deste

Acaba por ser belo…

Belo porque as dores são apenas uma nota de rodapé no livro das nossas vidas

Porque as alegrias podem ter sido em menor número

Mas são elas que ocupam a maior parte desse livro

Pois são elas o que temos de mais relevante

Porque as mágoas devem ser sempre transitórias

E o belo

É que deverá ser sempre

Uma eterna constante…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 16/12/2012
Código do texto: T4038757
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