Chove em Lisboa…
Não gotas de água do céu
Mas lágrimas de toda uma população
Que viu deturpada por quem elegeu
A palavra “Libertação”…
E lá, na capital, nota-se com maior nitidez a chuva
Porque lá se tomam todas as decisões
Que condenam à miséria
E à tristeza perpétua
Inúmeras gerações…
São pois lágrimas de tristeza
Lágrimas de desilusão
Lágrimas de frustração
Porque em vez dos líderes que precisamos
A politica e o poder
Foram tomados de assalto por negociantes
Que vendem o pouco que temos
Que nos tiram o quase nada que possuímos
Para se alimentarem
Para prosperarem
E fazem tudo isto
Em vez de fazerem o que lhes foi dado pelo nosso voto:
O dever de nos governarem…
E por isso não reconheço o meu país
Não me revejo no meu povo
Que amo de uma maneira que dificilmente sei explicar
Mas que lamentavelmente
E sem praticamente oferecerem resistência
Deixam-se manipular
Deixam-se usar
Sofrendo em silêncio
Morrendo em silêncio
Sendo que a única coisa que de facto sinto
É que perante tudo isto
O meu povo limita-se a chorar…