Os Mesmos…

Dedos que pintam um quadro a tocar o divino

Pela sua transcendente beleza celestial

São os mesmos que podem pegar numa arma

E semear um atroz

E intraduzível mal…

Lábios que beijam

De uma forma tão sentida

Tão apaixonada

Que apenas o sabor de um mero beijo pode perdurar por toda a eternidade

São os mesmos que podem destilar palavras

E emoções

Repletas de uma condenável fealdade…

Braços

Que amparam

Ou que abraçam

Dando a quem precisa

Uma força

Um ânimo

Que nos fazem continuar

São os mesmos que nos podem sufocar

Numa dicotomia de sensações

Que são o nosso dom

E ao mesmo tempo são a nossa perdição

Divisão

Que para mal de nós

Ninguém sabe realmente explicar…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 15/12/2012
Reeditado em 15/12/2012
Código do texto: T4036693
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