Era uma vez um nobre rapaz

Era uma vez um menino franzino

assim

Todo tímido e desconfiado

assim

Tinha um coração dolorido e arredio

assim

Era bom, mas não queria se mostrar

assim

Muitas decepções já tinha vivido

assim

De tanto lhe dizerem que ele não era capaz,

desacreditava de seu potencial

Encontrava-se perdido

assim

Seu corpo miúdo, sua mente cheia de boas ideias próprias, seu coração imenso e maltratado...

Aquilo era tão assim em sua vida que ele olhou para dentro e começou a construir uma fortaleza para se esconder.

Guardava olhos tristes

Andava cabisbaixo

Não via no mundo a beleza e as cores que o mesmo possuía.

Mas um dia aquele garoto conheceu uma borboleta

Uma borboleta com cheiro de flor

Ela era uma garota cheia de vida que tocou seu coração

O garoto, agora não mais solitário, passou a andar por outros caminhos

Começou a escrever poemas felizes

Saiu de dentro da fortaleza que vinha morando

Falava de suas alegrias, que já eram representativas, e de seus dissabores também,

mas deles falava sem mágoa, sem tanto rancor

Ficou forte e corajoso

Ganhou o mundo e

dia após dia

Foi afugentando os medos e matando os monstros que habitavam seu ser

Caminhava por uma estrada completamente diferente

Na verdade a estrada era a mesma, o olhar é que era outro

Finalmente encontrara o caminho que o levaria de volta ao encontro da felicidade.

Poema/conto escrito para meu grande amigo Icaro Simões.