Não me venham dizer que não há anjos…

Quando nas ruas vejo gente sem nada

A de outros algo receber

Não esperando nada em troca

A não ser ver

Quem está no chão se poder erguer…

Quando estranhos se cruzam

E a partir do nada

Partilham histórias

Por vezes o mesmo último cigarro

Partilham um pão

Quando esta é em dias

A sua única refeição…

Quando gente feliz

Derrama imensas lágrimas

Por aqueles que sentem

Efectivamente não terem nada

Quando essa gente vai para o mundo

Vai para onde ninguém se atreve ir

Em busca de gente

Que para o resto

Nem é sequer suposto existir

E vão em busca

Para devolver a verdadeira paz a este mundo

Não a paz da ausência de pólvora

Mas a paz demasiado escassa da igualdade

Porque para uns

A paz

O conforto

Só existirá

Quando todos poderem dizer

Que também são filhos de Deus

Sejam crentes

Agnósticos

Ou ateus

Porque somos de facto todos diferentes

Mas somos todos Humanos

E quem sabe disto

E faz de facto por isto

Faz-me dizer

Não me venham dizer que não há anjos…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 01/12/2012
Código do texto: T4014860
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