E Nós Vamos…
Ora acima
Ora abaixo
Recusando a ditadura de certos sentidos
A ditadura linear
Que diz que só se está bem
Quando tudo está em paz
Ou pelo menos quando tudo costuma acalmar…
Subindo aos céus
Com a mesma velocidade com que mergulhamos nos abismos
Mas estando sempre vivos
Nunca deixando de nos sentirmos…
Procurando
E explorando até à exaustão
A genuinidade
De qualquer tipo de emoção
Que nos mostres que me sentes
Como eu te sinto a ti
E que mesmo longe
Nunca deixarás de estar perto de mim…
Desconfiando por isso dos tempos de calmaria
Onde a rotina desses sentidos
Se torna num silêncio deles
E assim nos ameaça matar
Sendo a única forma de nos salvarmos
O não conformismo
Com o qual nos absolvemos
Da falta da calma tradicional
Que toda a gente gosta
Mas da qual
Nós somos incapazes de gostar…
E Por isso Nós Vamos
Nunca deixaremos de ir
Porque quando tal deixarmos
Deixaremos de viver
Ou na nossa perspectiva
Deixaremos de existir…