Toca Uma Guitarra…
Nunca deixou de tocar
Em nós
Um som sem palavras
Pois somos nós
Que a esse som as palavras costumamos emprestar…
Dando-lhe a letra
Dando-lhe então o mote
Transformando um som anónimo
Na banda sonora das nossas vidas
Fazendo de algo criado por outra entidade
Nosso património…
Não sendo então o que resulta a fusão do som e das palavras
Um nada
Nada linear
Pois ora é animado
Quando o som sobe aos céus e nos encontra a concordar
A algo partilhar
Como é sombrio
Quando desce de tom
E nessa viagem
Acompanha na perfeição
O nosso guerrear…
E essas notas são soltas e de uma beleza difícil de explicar
Impossível de transmitir
Quando apanha
Uma lágrima nossa a cair
Esses sons adquirem uma frenética intensidade
Quando nos partilhamos
Ignorando que a seguir poderão vir uma cisão
Ou uma guerra
Nós ignoramos tudo isso
Porque quando os sons estão no seu
No nosso auge
Esquecemos o que se poderá seguir à euforia
Preferindo sentir
Que tal
Durará uma sublime eternidade…