Rir...

Do que nos diverte

Do que nos desatina

Não parar de rir nunca

Não por tolice

E muito menos inconsciência

Mas por mera jovialidade

Ou por mera ciência…

Porque quando rimos

Tudo parece menor

Para além do efeito físico

Quem ri

Nunca deixa de sentir amor…

Do clássico

Ou de auto-estima

Porque quem ri

Não tende a ligar

Ao ardor

Que emana de certas feridas…

Aquelas destinadas a nunca cicatrizar

Aquelas que quando são feitas

Vieram para ficar

E por isso

Só podemos rir do sofrimento que elas infligem

Para o que nos dilacera

Tentar menorizar…

Porque a alegria é maior

Quando nos rimos dela

E os fantasmas

Os monstros

Perdem parte do seu significado

Parte do seu dramatismo

Quando os desmistificamos

Ou passamos a não lhes dar demasiada importância

Simplesmente

Quando rimos…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 28/10/2012
Código do texto: T3956204
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