Os dias do fim…
Vivemos o absurdo
De estares longe
Quando te sinto mais perto de mim
Vivemos
Os dias do fim…
Na distância distorcida
Física e do desejo
Onde sonhamos demasiadas vezes não com o que nos dá prazer
Mas com o medo
Que nos pode devorar
E assim não podemos dizer que sonhamos
Porque em nós
Essa palavra é sinónimo de pesadelo…
E a cada despertar
Tentamos os sonhos desenganar
Na realidade de os dias
Que uma agonia
Estão apenas a prolongar…
Prolongar o irracional
De um espaço comum
Serem dois
Dos móveis
Mesmo dos espaços mais confinados
Fazerem a vez de vedações
Para evitar
Que caiemos em velhas tentações…
Como aquela de começarmos realmente a falar
De nos olharmos
Como nunca deveríamos ter deixado de olhar
Quando nos tocávamos
E sentíamos realmente tal
Tal não era apenas uma rotina
Tal era um Acontecimento
Antes de termos deixado que o afecto tivesse degenerado em feridas
Porventura insanáveis
Porque ao desistirmos de tudo
Permitimos que o que mais gostávamos acabasse assim
Assistindo desta forma passiva
Sem nada querendo ou podendo fazer para tal contrariar
Assistimos aos nossos
Dias do fim…