Migração dos Pássaros
Desponta um sol mais breve
Sopros frios anunciam o inverno
Resquícios surgem,
A neve.
Com o fim do tempo fraterno
Morre assim o vento leve
Solstícios rugem, eles sabem:
Está perto.
Eles tem o corpo elegante
E os olhos azuis brilhantes.
Eles sabem quando é a hora
De partir.
Quando há fome, dor e medo
Quando a noite não tem fim...
Sussurram quando ainda é cedo
Quando o céu é cor de Anil.
E estão todos presentes
Não há saudades.
Partem com suas asas quentes
Vorazes.
E para eles não há amor
Nem amizade,
Para eles não deve haver dor,
Nem maldade.
E voando em imenso azul,
Na direção do vento
Voam sem algum saber
Num céu nu.
Apenas vivem o momento,
Refletidos em um mar no sul,
Não refletem, voam
No azulado tempo.
Desponta um sol febril
Sopros quentes anunciam o verão
Resquícios nascem,
O Floril.
Com o fim do branco vão
Morre assim o vento frio
Alísios fongem, eles sabem:
Tempo pio.
Eles tem o corpo elegante
E os olhos azuis brilhantes.
Eles sabem quando é a hora
De pousar.
Pousam, então, as aves
Após a migração
Sem donas, sem coração,
Livres.