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Bateu, de novo, a necessidade de mar!
Uma espécie de interno chamado,
Para permanecer arrebatado,
A voar.
Quando meu ser se esgota,
Quando algo, muito me incomoda,
É a ele que recorro,
Em busca de seu incomparável conforto.
 
Não tenho qualquer dúvida de minha procedência.
Vem dele, a lírica cadência,
A espontânea expansão da consciência.
Esta apaixonada incandescência.
Sua arte final incomparável,
Coloca-me frente ao incontestável:
A urgência em transmutar,
O que insiste em perfurar...
 
Ainda me preocupo em demasia,
Com tanta hipocrisia,
Toda esta falta de bom senso,
Que assola o humano elemento.
O espelho distorcido pela vaidade,
Pela suposta incapacidade
Em lidar com a particular realidade,
Afastando, desnecessariamente, a luminosidade.
 
Há tanto espaço no celestial ninho,
Tão pertinho!
Tanto carinho!
No entanto, insistimos em seguir sozinhos,
Ou pior, indevidamente acompanhados,
Fraudando laudos.
Um cego conduzindo ao outro,
Ao improvável porto!
 
Aflijo-me ao ver todo este encanto,
Que brota em cada canto:
Desperdiçado!
Irresponsavelmente, negligenciado.
A imbecil insistência,
Em permanecer na inconsciência.
A incompreensão da vida,
Tornando impraticável a subida.
 
Só mesmo o mar...
De preferência, este mar,
Com sua linda canção,
Para me acarinhar o coração...
Para me manter no ar,
A poetar,
Com este tipo específico de poesia que pratico,
Toda voltada ao processo evolutivo.
 
 
 
 
 
Uma das mais lindas canções brasileiras
Na magistral, definitiva, interpretação de
Óbvio,
Claro:
Maria Bethânia
"Primavera"
 
 
 
 
Dedico este trabalho à minha amiga/poetisa
Suelzy Quinta - Flor da Vida
 


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Claudio Poeta
Enviado por Claudio Poeta em 13/10/2012
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