O desejo…
Que a nossa conta bancária tenha o tamanho da nossa ambição
Para não termos que parar porque o depósito está vazio
E não há dinheiro para o encher
Porque por vezes quando se para
Duvidamos do destino para onde vamos
E onde tudo queremos esquecer…
Ou simplesmente não nos lembrarmos demasiado
Daquilo que ficou para trás
E por isso convém estarmos bem longe
Quando de facto tivermos que parar
Ficando onde estamos
E não tendo que voltar…
Porque o esquecimento não é possível
E muito menos recomendável
Porque não é o simples apagar de memórias
E de vivências
Que nos torna alguém saudável
Pois só o seremos
Quando conseguimos coabitar
Ao mesmo tempo
Com o que nos faz sorrir
E o que nos faz chorar
Mas por agora
Prefiro não pensar em tudo isso
Aposto na velocidade
Esperando que ela apague tudo
Ou pelo menos torne tudo de tal ordem difuso
Que não me possa recordar de tal
Pelo menos com alguma claridade
E assim desejo imensas coisas
Mas sobretudo
Que este carro
Nos séculos mais próximos
Não se atreva a parar…