No Mar da Tranquilidade…
Trocaremos os papéis
E observaremos a Terra
Não com vontade de partir
Dela
Mas com vontade de regressar
A Ela
Porque tudo é muito belo por aqui
Mas tudo o que observamos fora do nosso meio natural
É como se observássemos tudo de uma janela…
Com a perspectiva de quem observa a realidade por um ecrã
Sabendo que ela existe
Mas não a podendo tocar
Ela não deixa de ser vã…
Mais um programa
Numa outra janela
Um programa do qual mudamos
Quando este nos começa a aborrecer
Pois há sempre mais ecrãs
Para outra coisa qualquer ver…
E se a questão se resumirá a sermos meros observadores passivos
A nos limitarmos a trocar de janelas
Eu prefiro apenas um cenário
Aquele que possa sentir
Aquele que possa tocar
Aquele onde as lágrimas que caem
Mais do que nos emocionar
Nos podem molhar
Mesmo que o preço
Que tenhamos a pagar
É nunca mais viajar
Não hesitarei
Na escolha que tenho que fazer
Aquela em que o sol se põe
O sol se possa erguer
Pois quando te olhar
Saberei que tu também me estarás a ver…