Viver sem Você. (Poema para um Raio-de-sol)

Minha amada amiga, irmã e alma gêmea.
Eu vivo sem você.
Vivo sem saber suas histórias, vivo sem saber seu dia, suas noites, seus suspiros...
Eu vivo sem saber o que pensa, o que sente, como está...
Eu vivo sim.
Da mesma maneira que eu vivo sem saber o que o meu próprio coração sente. Da mesma maneira que eu consigo viver sem sonhar - e haviam me dito que não se vive sem sonhar, que mentira!
Eu vivo noites e noites sem ir lá fora olhar as estrelas do céu - eu que as amo tanto!
Eu vivo sem poesias, sem amor, sem musica, sem som, sem cores...
Eu vivo sem o mar!
Eu vivo e posso dar testemunho de cada palavra!
Vivo também sem ver pássaros azuis ou verdes, sem fantasia, sem pomadas mágicas, sem acreditar que sou capaz de fazer algo, uma mínima coisa para que esse mundo seja melhor do que ele é ou do que é capaz de ser...
Vivo bem com minhas dores, minha artrite, minha insonia, meu pasmo diante do inevitável...
Eu consigo viver - que pena! - sem nada, sem ninguém, sem nem sequer suspirar ou gemer.
Incólume. Inerte. Hirta e silente.
Eu vivo sim, Raio-de-sol, Vivo sem você.
Mas agora que eu provei de novo da sua presença e proximidade, eu fui tão feliz novamente...
Vi estrelas, pássaros voando, crianças correndo, e tudo o que me lembra de longe coisas que já nem desejo mais.
Eu posso viver sem você Raio-de-Sol, como posso viver sem quase tudo.
Mas por favor, não me obrigue a isso. Fique perto de mim e serei feliz.
Eu te amo muito.
Sua irmã,

Regina