PARA O AMIGO JORGE AGUILAR (JARARACA)

Jorge! majestade da noite

Jorge! malandro da vida

Juazeiro te pariu de sete meses

Num dia de cheia do São Chico

A água invadia pelo cais

A cidade que ainda dormia

A ponte espiava com seus faróis

A cobra da ilha ouviu teu chorinho

Ninguém brincou mais

Ninguém gozou além

Um menino feliz demais

Adulto precoce também

Talvez por isto o apelido

Nessa condução de tua hiperatividade

Teus olhos verdes como o do ofídio

Ledo engano : nada tens de maldade

Agora, lutas contra fortes torrentes

Que ameaçam soçobrar a canoa

Mas , se preocupar com o precipício?

Se sabes caminhar sobre águas revoltas?