Há, tem de haver sempre Uma Altura…

Em que os silenciados

Os proscritos

Os silenciosos

Os tímidos

Os temerosos

Querem fazer ouvir o som da sua voz

E reparam então

Que mais do que isolados

Eles são a maioria

E assim

Nunca estiveram realmente sós…

Na sua exclusão

Na opção que fizeram

Na ideia que tiveram

No conceito que defenderam

Ou simplesmente

Naquilo que leram…

Porque lhes disseram estarem errados

Que os seus actos

Os seus ideais

Os seus sonhos

Eram um veneno

Que os tinha amaldiçoado

E por isso era legal

Era lícito

Era moral e eticamente correcto

Que tivessem sido postos de lado…

Quando afinal a sua diferença era demasiado saudável

Tão saudável

Tão salutar

Que corria o risco de um mundo intoxicado

Poder desanuviar…

Um mundo imerso em leis e conceitos

Que nos foram dados

E depois impostos

Não para nos libertar

Mas como uma forma

Disfarçada de democracia

De nos dominar

E por isso essas diferenças

São tão perigosas

Que levam à pena maior que um humano é capaz de executar

Um igual a si

Abandonar…

Mas nada é eterno

Os donos

Os senhores

Não estão destinados a reinar até ao final dos tempos

O seu tempo de domínio

É quanto menor

Quanto maior for a repressão

E assim

No final de mais um capítulo humano

Serão os esquecidos do mundo

Quem realmente sobre o mundo reinarão…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 15/09/2012
Código do texto: T3883064
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