Diz-me que o Teu Espelho…
Não reflecte a eternidade
E muito menos as cores baças
As cores esbatidas
Com que persistem em pintar
A nossa já triste realidade…
Não é uma atracção de feira
Que distorce as nossas formas
Para nosso estranho contentamento
Porque depois de nos vermos nele
Saímos para o nosso mundo
E encaramos tal
Como apenas mais um divertido momento…
E também não nos envelhece mais do que já somos
Nem é o elixir da eterna juventude
Que nos mostra o que já não é nem voltará a ser
Não é paliativo
E muito menos mágico
Não mostra as nossas virtudes
Ou os rostos por detrás das maquilhagens
Ou os rostos que não queremos mostrar
Vestindo uma máscara
Não por falsidade
Ou por querermos deturpar a nossa essência
Perante quem nos vê
Simplesmente porque nos queremos proteger
Jamais mostrando o nosso estado de alma
Sendo mais fácil a nudez pública
Do que desnudarmos o que sentimos
Mas diz-me que o teu espelho vê tal
Me vê como sou
E eu prometo
Que para além de todas as aparências
Ou jogos de conveniências
Eu Ficarei Contigo…