Não vou, não quero deixar…

Que os nossos filhos

Os nossos netos

Tenham como herança

A falta de tudo

Porque receámos

Ou estávamos demasiado chocados

Com o estado da situação

Onde o estado

Em vez do papel salvador

Vestiu a pele de vilão…

Não me quero sentir moral

E materialmente culpado

Por fazer parte de uma geração que se rendeu

E que acha normal o capital

Ocupar tudo

Até o espaço do mais simples e belo Ideal…

Que se ache normal

A reprodução pela reprodução da riqueza

Uma certeza

Que nos levou a que a humanidade

Dita moderna

Tivesse abraçado

Sem questionar

A teoria da evolução

Onde só os mais aptos vingam

Deixando todo o resto

Destinado à extinção…

Não pactuo com cobardes

Com políticos que não são corruptos

Porque as leis que eles fizeram dizem o contrário

Não admito que uns poucos para singrarem

Condenem tudo o resto à fome

Que o primado da mediocridade

Tenha substituído o da honra

Não alinho

Não posso alinhar com tal

Porque isto é um retrocesso

Não é uma evolução

Nem que tenhamos que recuar no tempo

Amedrontar os que querem ser nossos donos

Mostrando que pode ser bem real a palavra

Revolução…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 10/09/2012
Reeditado em 10/09/2012
Código do texto: T3875101
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