Quando me disseste…
Que querias partir
Sem pensares em voltar
Sabia que não era uma viagem simples
Era a mais complexa de todas
Era uma forma de te alienares…
E no entanto querias que fosse contigo
“Para onde?”
Arrisquei perguntar
“Para um local onde me sinta perdida
Mas de onde possa facilmente me libertar”
Percebi que afinal a tua decisão não era uma forma de loucura
Mas sim uma forma de libertação
Uma maneira de fugir da irracionalidade
Que te matava silenciosamente
Uma forma de abraçar a razão
Uma forma de à vertigem que dominava tudo e todos
Dizeres “Não”
Mas como o teu gesto era confundido com anarquia
Com destruição
O teu gesto de coragem
Faziam de ti uma excluída
E por isso sabias bem demais
Que o teu único caminho era a partida…